janeiro 01, 2010

"Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa. [...] E se ela se afogar, se recupera"


Caio F. Abreu

dezembro 27, 2009

Chego em casa com você nos meus braços e vou vesti-lo enquanto você dorme. O ritmo das minhas mãos pelo seu corpo canta um amor doído de tanto. Busco seus braços, pernas, pescoço e cabeça com um cuidado silencioso que vela o seu sono, enquanto o meu pensamento voa além da sua pele para chegar ao futuro – não sem antes passear pelo que ficou para trás. O que me dói agora não importa: sou mãe. E é um amor impensado e impensante que conduz meus braços a tomá-lo de novo em direção à cama. Na casa quieta, gritam os meus medos e buracos. Dói o fantasma da minha própria ausência. Embora às vezes eu sinta que já falto, sim, quando voo para longe com o que não dou conta. Quisera eu ser uma mãe plena de mim, sem o peso de tantos desejos, sem a sombra medrosa de nunca mais ter um gosto real de família. Visto você de sonhos e força. E o protejo com o cobertor que me falta. Choro a falta de um colo, mas só depois de colocar você na cama. Antes de pensar ou sentir, sou sua mãe. Posso até não viver em mim, mas você vive. Antes de ser eu, sou mãe.

de Cris Guerra
para Francisco




"Eu gosto do impossível, tenho medo do provável, dou risada do ridículo e choro porque tenho vontade, mas nem sempre tenho motivo. Tenho um sorriso confiante que as vezes não demonstra o tanto de insegurança por trás dele. Sou inconstante e talvez imprevisível. Não gosto de rotina. Eu amo de verdade aqueles pra quem eu digo isso, e me irrito de forma inexplicável quando não botam fé nas minhas palavras. Nem sempre coloco em prática aquilo que eu julgo certo. São poucas as pessoas pra quem eu me explico."

Bob Marley

 
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