Chego em casa com você nos meus braços e vou vesti-lo enquanto você dorme. O ritmo das minhas mãos pelo seu corpo canta um amor doído de tanto. Busco seus braços, pernas, pescoço e cabeça com um cuidado silencioso que vela o seu sono, enquanto o meu pensamento voa além da sua pele para chegar ao futuro – não sem antes passear pelo que ficou para trás. O que me dói agora não importa: sou mãe. E é um amor impensado e impensante que conduz meus braços a tomá-lo de novo em direção à cama. Na casa quieta, gritam os meus medos e buracos. Dói o fantasma da minha própria ausência. Embora às vezes eu sinta que já falto, sim, quando voo para longe com o que não dou conta. Quisera eu ser uma mãe plena de mim, sem o peso de tantos desejos, sem a sombra medrosa de nunca mais ter um gosto real de família. Visto você de sonhos e força. E o protejo com o cobertor que me falta. Choro a falta de um colo, mas só depois de colocar você na cama. Antes de pensar ou sentir, sou sua mãe. Posso até não viver em mim, mas você vive. Antes de ser eu, sou mãe.
de Cris Guerra
para Francisco
dezembro 27, 2009
"Eu gosto do impossível, tenho medo do provável, dou risada do ridículo e choro porque tenho vontade, mas nem sempre tenho motivo. Tenho um sorriso confiante que as vezes não demonstra o tanto de insegurança por trás dele. Sou inconstante e talvez imprevisível. Não gosto de rotina. Eu amo de verdade aqueles pra quem eu digo isso, e me irrito de forma inexplicável quando não botam fé nas minhas palavras. Nem sempre coloco em prática aquilo que eu julgo certo. São poucas as pessoas pra quem eu me explico."
Bob Marley
dezembro 16, 2009
dezembro 15, 2009
dezembro 12, 2009
Não é meu. Sou eu.
dezembro 02, 2009
"Dizem que a gente tem o que precisa. Não o que a gente quer. Tudo
bem. Eu não preciso de muito. Eu não quero muito. Eu quero mais. Mais
paz. Mais saúde. Mais dinheiro. Mais poesia. Mais verdade. Mais
harmonia. Mais noites bem dormidas. Mais noites em claro. Mais eu.
Mais você. Mais sorrisos, beijos e aquela rima grudada na boca. Eu
quero nós. Mais nós. Grudados. Enrolados. Amarrados. Jogados no tapete
da sala. Nós que não atam nem desatam. Eu quero pouco e quero mais.
Quero você. Quero eu. Quero domingos de manhã. Quero cama desarrumada,
lençol, café e travesseiro. Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero
aquele olhar que não cansa, o desejo que escorre pela boca e o minuto
no segundo seguinte: nada é muito quando é demais."
dezembro 01, 2009
"Sigo a vida conforme o roteiro, sou quase normal por fora, pra ninguém desconfiar. Mas por dentro eu deliro e questiono. Não quero uma vida pequena, um amor pequeno, uma alegria que caiba dentro da bolsa. Eu quero mais que isso. Quero o que não vejo. Quero o que não entendo. Quero muito e quero sem fim. Não cresci pra viver mais ou menos, nasci com dois pares de asas, vou aonde eu me levar. Por isso, não me venha com superfícies, nada raso me satisfaz. Eu quero é o mergulho. Entrar de roupa e tudo no infinito que é a vida. E rezar – se ainda acreditar – pra sair ainda bem melhor do outro lado de lá."
Fernanda Mello
Voltei a escrever. Por si só, isso já quer dizer muita coisa.
novembro 22, 2009
outubro 10, 2009
"Os dias passam e continuo a escrever para você, que não sei se ainda me lê ou se me sente. Comecei a pensar que, na verdade, escrevo essas linhas só para mim, para matar a solidão e poder acreditar que, pelo menos por um instante, tenho você perto de mim. Todos os dias pergunto a mim mesma o que terá sido feito de você e o que estará fazendo.
Por vezes amaldiçoei o dia em que me rendi. Não por você, mas por mim. Que entreguei todos os meus bons sentimentos embrulhados numa caixinha de veludo com uma fita laçada em cima à um 'estranho' sem esperar absolutamente nada em troca. Um sentimento puro, verdadeiro e intocável, até então. E não é a não-reciprocidade que me faz sofrer, é todo o resto.
Não me projetei e não me apoiei em você, mas você me salvou. 'Grande coisa', você pode pensar, achando que não fez nada, mas você fez muito por mim. Você, literalmente, me salvou. Quero um dia ter coragem o suficiente para contar isso.
As vezes penso na vontade que tenho de te fazer feliz e na impossibilidade disso, volto para meus botões. Penso na vontade que tenho de caber em seu abraço.
Senti vontade de escrever para que soubesse que, apesar de tudo, eu vivi e estou agradecida pelo tempo que passei por aqui, agradecida por tê-lo conhecido e por ter sido próxima. Queria escrever porque gostaria que lembrasse de mim e que, algum dia, se conhecer alguém, lhe falasse de mim e me fizesse viver para sempre em suas palavras.
Me pergunto se ao menos uma vez você já falou de mim e imagino o que você poderia ter dito.
Amanhã, ou talvez depois, vou escrever de novo para dizer que o amo, embora isso não faça diferença alguma."
Inspirado em obra de Ruiz Carlos Zafón.
julho 18, 2009
Você falou?
"Eu te amo.
Nunca quero viver sem você.
Você mudou a minha vida."
Você falou?
Faça um plano, tenha um objetivo, trabalhe para conseguir, mas, de vez em quando, olhe em volta e absorva.
Porque é isso.
Tudo pode desaparecer amanhã.
(G.A. S05 E24 - Finale Season)
"Quando você tem tudo
Você tem tudo a perder."
Já dizia Ben Harper.
abril 04, 2009
Vinícius
Filho, eu só quero agradecer. Agradecer por me fazer tão feliz, por sorrir linda e carinhosamente quando eu chego cansada do trabalho, por querer o meu colo quando está com medo, por ser tão único, por ser uma misturinha perfeita minha e do seu pai, que eu tanto amo.
Vinícius, você me fez uma pessoa melhor. Você me faz querer ser a melhor sempre. Não existe tristeza perto de você. Eu simplesmente não existo sem você.
janeiro 01, 2009
from me, to me.
Ontem, um ano depois, foi diferente.
Os fogos rasgaram o céu e você estava no meu colo, sorrindo como sempre, mas o celular não tocou. Tocou sim, muitas vezes, muitos queridos lembrando da gente. Mas daquele número não. Tentei não pensar nisso, em vão. Seus olhos brilhavam diante de todas aquelas cores, luzes e aquele barulho. Você não demorou a fazer bagunça, ficou manhoso, esfregou os olhinhos e dormiu. Antes disso, reforcei todas as promessas e fiz mais algumas. Agradeci à Deus pelo presente que Ele me deu e sorri.
Sorriso simples, aquilo me bastava. Você ali comigo, no seu primeiro Reveillon, lindo, saudável, inteligente, alegre! Ah filho, como sua alegria contagia! Não tem como te olhar e não sorrir. Você devolve o sorriso na hora, às vezes se empolga e faz uma gracinha a mais. Não estranha ninguém, e como sua Má diz "é simpático como a mamãe"!
Mas a falta se fez presente, de novo. Isso não tem como deixar passar. Mas dessa vez eu não chorei, acho que foi melhor assim.
Isso é uma das tantas coisas boas que você tem me ensinado, filho. E ainda tenho e quero aprender muito mais.
Que venha então 2009, com minha paixão bizarra e total por anos ímpares.